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Brasil reduz desmatamento em 2024 e aposta em preservação ambiental como pilar do desenvolvimento

A queda do desmatamento no Brasil em 2024 consolida uma tendência positiva para o meio ambiente e reforça a importância de políticas públicas voltadas à conservação dos biomas nacionais. Segundo o relatório anual da Rede MapBiomas, houve uma redução de 32,4% na área total desmatada em comparação com o ano anterior. Este é o segundo ano consecutivo em que o país apresenta recuo nos índices de destruição de vegetação nativa, mostrando que é possível equilibrar desenvolvimento econômico e sustentabilidade ambiental.

A queda do desmatamento no Brasil em 2024 aconteceu em praticamente todos os biomas, com exceção da mata atlântica, que manteve níveis estáveis. O cerrado, no entanto, ainda é o mais afetado, sendo responsável por mais da metade da vegetação perdida no país. Foram 652.197 hectares desmatados apenas nesse bioma, o que representa 52,5% do total nacional. Mesmo assim, a região apresentou queda de 40% em relação ao ano anterior, indicando que os esforços de contenção começam a surtir efeito.

A região do Matopiba, composta pelos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, concentrou 75% do desmatamento no cerrado e cerca de 42% de toda a perda de vegetação nativa no país. A queda do desmatamento no Brasil também se refletiu na Amazônia Legal, que respondeu por 30,4% da área desmatada em 2024. A Amazônia perdeu 377.708 hectares, sendo o segundo bioma mais atingido, mas ainda assim registrou uma significativa redução quando comparado aos anos anteriores.

Apesar da queda do desmatamento no Brasil, o estado do Maranhão lidera o ranking de áreas desmatadas, seguido por Pará, Tocantins, Piauí e Bahia. Juntos, esses estados somam mais de 65% da área de vegetação nativa destruída em 2024. O destaque negativo ficou por conta do Acre, único estado da Amazônia com aumento no desmatamento, registrando alta de 31%. Ainda assim, a sub-região Amacro, que engloba Amazonas, Acre e Rondônia, apresentou uma queda de 13%.

Na caatinga, o terceiro bioma mais desmatado, o destaque foi o caso de um único imóvel rural no Piauí, onde foram derrubados 13.628 hectares de vegetação em apenas três meses. Esse episódio representou a maior ocorrência de desmatamento pontual no Brasil em 2024. A queda do desmatamento no Brasil também se estendeu ao Pantanal, ao pampa e à mata atlântica, que juntos responderam por apenas 3,1% da área total desmatada. O pampa, com menos de mil hectares perdidos, foi o bioma menos afetado do ano.

Um dado preocupante, mesmo com a queda do desmatamento no Brasil, é a velocidade com que a vegetação continua sendo destruída. No ano passado, a média diária foi de 3.403 hectares desmatados, o que equivale a quase 142 hectares por hora. Somente na Amazônia, foram perdidas em média sete árvores por segundo. O cerrado, por sua vez, teve ritmo ainda mais acelerado, com quase 1.800 hectares de vegetação eliminados por dia. A data mais crítica foi 21 de junho, quando uma área do tamanho de 3.500 campos de futebol foi devastada em apenas 24 horas.

A queda do desmatamento no Brasil está diretamente ligada às mudanças climáticas. Segundo especialistas, como o climatologista Carlos Nobre, a preservação da vegetação é essencial para manter o equilíbrio hídrico, o regime de chuvas e a estabilidade climática no país. Quando o desmatamento avança, ele compromete a recarga dos lençóis freáticos, a formação de nascentes e os chamados rios voadores, fundamentais para o abastecimento de regiões como o Centro-Oeste, Sudeste e Sul. A continuidade dessa destruição poderia levar a transformações drásticas em biomas como o Pantanal, que já perdeu 35% de sua cobertura aquática nas últimas décadas.

O trabalho da Rede MapBiomas foi fundamental para monitorar a queda do desmatamento no Brasil. A plataforma reúne universidades, ONGs e empresas de tecnologia que validam os alertas de desmatamento por meio de imagens de satélite e cruzamento de dados geográficos. A transparência dessas informações fortalece o combate à devastação e permite a construção de políticas públicas baseadas em dados concretos. A queda do desmatamento no Brasil em 2024, ainda que insuficiente diante do passivo ambiental acumulado, é um passo importante na direção certa e deve ser mantida como prioridade nacional.

Autor: Aleeskeva Pavlova

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