A política de sanções contra Cuba volta a ocupar o centro das atenções internacionais com a recente decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de reinstaurar medidas severas contra o país caribenho. Por meio de um novo memorando presidencial, Trump impõe restrições mais duras que incluem a proibição de turismo de cidadãos norte-americanos à ilha, o reforço ao bloqueio econômico e o estímulo direto a grupos opositores internos. A medida retoma a linha dura adotada em seu primeiro mandato e reverte as flexibilizações implementadas durante o governo anterior.
As sanções contra Cuba reforçadas por Trump incluem a suspensão de transações com empresas estatais cubanas, especialmente aquelas ligadas às Forças Armadas, como o conglomerado GAESA. A intenção declarada pelo governo dos Estados Unidos é sufocar financeiramente o regime cubano, minando suas fontes de receita e dificultando sua sustentabilidade econômica. A proibição de viagens e a exigência de auditorias e registros por cinco anos sobre transações relacionadas à ilha mostram o rigor do novo pacote de medidas.
A política de sanções contra Cuba é vista por analistas como parte da estratégia eleitoral de Trump, que busca agradar setores conservadores do eleitorado norte-americano, especialmente na Flórida. A administração republicana insiste em que as sanções contra Cuba são um instrumento para promover a democracia e os direitos humanos. No entanto, organizações internacionais e líderes globais têm criticado duramente essa abordagem, classificando-a como uma violação do direito internacional e uma forma de punir toda a população cubana.
Com a nova política de sanções contra Cuba, o governo Trump também aumenta os investimentos em apoio à oposição interna. O documento presidencial prevê recursos para ONGs, veículos de mídia e movimentos contrários ao governo de Miguel Díaz-Canel. O Escritório de Transmissões para Cuba, com quase 13 milhões de dólares de orçamento anual, é um dos instrumentos dessa ofensiva, promovendo conteúdo considerado “democrático” voltado à população cubana.
A reação do governo cubano foi imediata. O presidente Miguel Díaz-Canel classificou as novas sanções contra Cuba como uma guerra econômica cruel, que visa causar sofrimento à população e dificultar o desenvolvimento do país. Segundo ele, o plano de Trump é agressivo e representa interesses políticos restritos, desconectados da maioria do povo dos Estados Unidos. O presidente afirmou ainda que, apesar do impacto negativo, Cuba não se renderá às pressões estrangeiras.
O endurecimento das sanções contra Cuba ocorre em um momento de fragilidade econômica do país, que enfrenta escassez de alimentos, medicamentos e combustíveis. A política de sanções contra Cuba, segundo estimativas apresentadas na ONU, já causou perdas de mais de 5 bilhões de dólares no último ano. Desde 1992, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprova resoluções anuais exigindo o fim do bloqueio, mas os Estados Unidos continuam ignorando esses apelos.
Além do impacto econômico, as sanções contra Cuba afetam também os laços humanos e culturais entre os dois países. As novas restrições dificultam ainda mais a obtenção de vistos e aumentam o monitoramento de redes sociais de solicitantes. Estudantes, profissionais e migrantes enfrentam barreiras adicionais, especialmente aqueles que expressam simpatia por ideologias de esquerda ou críticas ao governo norte-americano.
As sanções contra Cuba mostram que, sob o comando de Donald Trump, os Estados Unidos seguem por uma trilha de confronto em vez de diálogo. A retomada da política de pressão máxima sobre a ilha representa um retrocesso nas tentativas diplomáticas e amplia a tensão entre os dois países. Cuba, por sua vez, reafirma sua disposição ao diálogo, mas alerta para o impacto devastador que esse bloqueio econômico contínuo gera sobre sua população e suas possibilidades de desenvolvimento.
Autor: Aleeskeva Pavlova