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‘Tecendo um mundo de possibilidades’: Crochê do DF ‘encapa’ prédios e lojas na Europa e Estados Unidos

Instituto Proeza capacitou 108 mulheres para desenvolver projetos de cenografia com crochê e bordado. Próximos destinos são Nova York, Roma e Paris.

inhas coloridas, diferentes desenhos e pelo menos 108 agulhas de crochê. São com estes três pontos que o Instituto Proeza costura sua história para enfeitar e transformar a estética de prédios e lojas ao redor do mundo.

A linha começou a ser colocada na agulha em 2020, durante a pandemia da Covid-19,. A ideia era ensinar bordado e crochê para mulheres que haviam perdido o emprego e estavam em situação de vulnerabilidade no Recanto das Emas e no Riacho Fundo II, no Distrito Federal.

“A gente sempre vê capa de liquidificador, capa de botijão. Eu pensei, vamos fazer a capa do prédio do instituto”, diz Kátia Ferreira, diretora do Instituto Proeza.

Depois de quase dois anos de trabalho, as costuras da parte de dentro e de fora do prédio foram finalizadas em 12 de setembro de 2022, com cenografias de até 15 metros de crochê

Jardins floridos e chuva dentro das salas, colmeia com abelhas enormes, teto de corações e paredes de beijos: o prédio foi o primeiro resultado palpável da imaginação destas mulheres que este ano têm projetos para “encapar” prédios em Nova York, Roma e Paris.

Do DF para o mundo
A partir da inauguração do edifício onde fica o instituto com a nova capa, propostas para a realização de projetos de cenografia ao redor do mundo foram surgindo. A primeira, ainda no ano passado, foi em Milão, na Itália, para uma loja de roupas brasileira.

Durante três meses, as mulheres fizeram o crochê e duas costureiras foram à Europa para realizar a montagem. Depois, o crochê produzido no Recanto das Emas e no Riacho Fundo II foi exposto em Paris, em Londres.

“Onde esse desenrolar de linhas, onde o crochê nos levou, vamos tecendo de pedacinho em pedacinho e conseguimos tecer esse mundo de possibilidade”, diz Kátia Ferreira.
As costureiras fecharam uma parceria até com um festival de música em Itaipava, no Rio de Janeiro, em novembro. “Inovar é pegar tudo que existe e fazer algo diferente com que está disponível. Nós ressignificamos o crochê”, explica Kátia Ferreira.

E continuam ressignificando, mas agora em quatro rodas. O novo projeto é encapar por dentro e por fora o fusca, chamado “Xuxu”, do Instituto Proeza de crochê.

Arte acessível

O curso de crochê e bordado surgiu com o objetivo de capacitar as mulheres para conseguir uma nova fonte de renda durante o período de isolamento social em 2020. Hoje, em média, as 108 mulheres conseguem uma renda de R$ 2,8 mil só com o crochê e bordado. Algumas fecham o mês com até R$ 4,8 mil.

“Crochê é muito democrático, ele é muito simples, é muito comum, é uma arte acessível” afirma Kátia Ferreira.
Em média, agulhas mais simples de crochê custam R$ 4, segundo a diretora do projeto.

Além das linhas e agulhas
O Instituto Proeza é uma Organização Social (OSC) que atua no combate a pobreza e as desigualdades sociais no Recanto das Emas e no Riacho Fundo II, em Brasília

Além dos cursos de costura para as mulheres, o instituto oferece atendimento para cerca de 500 crianças e jovens de 6 a 17 anos que recebem café da manhã, almoço e jantar e realizam atividades artísticas, culturais, de lazer e esportivas. O projeto é em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Social (SEDES). Outros cursos são oferecidos no local:

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